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Sete mortos e 62 deslocados em 25 concelhos afetados pelos fogos

18 Setembro, 2024 | 7:55
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Pedro Xavier
5 min. leitura

Os incêndios que lavram desde domingo em Portugal continental, com especial incidência nas regiões Centro e Norte, já causaram sete mortes, dezenas de feridos e 62 deslocados, afetando 25 municípios, 15 dos quais na região Norte.

As mais recentes vítimas são três bombeiros da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, em Tábua, que morreram quando se deslocavam para um incêndio naquele concelho do distrito de Coimbra.

O município de Tábua decretou três dias de luto municipal pela morte dos três bombeiros.

A primeira morte foi um bombeiro vítima de doença súbita, no domingo, quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro.

Na segunda-feira, as autoridades anunciaram mais duas mortes no distrito de Aveiro, a de uma pessoa encontrada carbonizada e um óbito por ataque cardíaco.

Na mesma noite, uma idosa que tinha a casa numa zona de fogo em Almeidinha, Mangualde, morreu de doença súbita, segundo fonte do Comando Sub-Regional Viseu Dão Lafões.

Entre as vítimas destacam-se ainda vários feridos graves, cujo número está ainda a ser apurado, segundo o balanço feito às 20h00 de hoje pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Os incêndios afetaram esta terça-feira 25 concelhos, 15 dos quais na região Norte do país e 10 na região Centro.

Aveiro foi um dos distritos mais fustigados, com as chamas a lavrar com intensidade nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Águeda, mantendo-se este último, às 19h30, como o mais complicado, segundo divulgou o comandante da ANEPC, Mário Silvestre.

Coimbra, com especial incidência no concelho de Tábua, e Viseu, com focos maiores em Nelas e Castro Daire, são outros dos distritos mais afetados pelos fogo.

No distrito do Porto, o incêndio em Oliveira de Azeméis era aquele que às 20:00 mobilizava mais meios, com 518 operacionais e 188 viaturas empenhados no combate às chamas.

No balanço feito às 20h00 de terça-feira, o comandante nacional da Proteção Civil, André Fernandes, contabilizou 177 ocorrências ativas nas quais estavam empenhados 6.041 operacionais apoiados por 1.837 veículos. Destas, 30 são consideradas ocorrências significativas que estão a ser combatidas por 3.888 operacionais e 1.208 meios terrestres.

O combate às chamas foi reforçado por seis meios aéreos de França, Espanha e Itália, disponibilizados através do mecanismo de proteção civil europeu.

Os fogos já obrigaram a realojar 62 pessoas, em Águeda foram evacuados dois lares de idosos, em Oliveira de Azeméis um hotel foi evacuado e as reservas canceladas até quinta-feira e, em Oliveira do Hospital, foram evacuadas oito quintas situadas na encosta do rio Mondego devido ao aproximar das chamas do incêndio que teve início em Nelas, no distrito de Viseu, e que alastrou para o distrito de Coimbra.

A sessão de receção aos novos estudantes da Universidade do Porto, prevista para quarta-feira, foi cancelada por respeito às vítimas dos incêndios e também por razões de saúde, anunciou a reitoria, considerando que “a cidade está cheia de fumo e de fagulhas que são um perigo para a saúde pública”.

Devido a esta situação, foi ativado o Plano Distrital de Emergência de Proteção Civil do Porto, juntando-se ao de Aveiro, e encontram-se ativos 10 planos municipais, adiantou no ‘briefing’ o comandante nacional André Fernandes.

Os incêndios, que não afetaram as vias ferroviárias, obrigaram ao corte de várias estradas.

De acordo com a última atualização feita pela GNR, às 22h00 de terça-feira registava-se no distrito de Aveiro o corte total da Autoestrada 25 (A25) entre Albergaria e Reigoso (Viseu), a Estrada Nacional 16 (EN16) entre Cacia e Sever do Vouga e a EN333 entre Talhadas e Águeda.

No distrito de Viseu os cortes incidiam na A25 entre Mangualde e Chãs de Tavares; na A24 entre o nó de Castro Daire Leste e o nó da EN16; na EN228 em Figueira Alva — Fermentel e na EN222 entre Oliveira do Douro e Freigil (Cinfães).

No distrito do Porto, a A43 estava cortada entre Gondomar e a A41 entre Medas e Aguiar de Sousa.

Em Baião registava-se o corte da A11, no sentido Norte /Sul do Marco de Canaveses até à A42; EN221 entre Eiriz e Campelo e EN101 entre Cavalinho e Mesão Frio.

No distrito de Vila Real, o incêndio de Vila Pouca de Aguiar determinou o corte da A24 entre o Nó Fortunho e Nó Vidago; da EN2 entre Carriça e Samardã e da EN103 entre Faiões e Assureiras.

Em Braga foi fechada ao trânsito a EN207-4 entre Gonça e Garfe e a EN210 entre Celorico de Basto e Amarante.

Finalmente, no distrito de Coimbra, foi cortada a EN342, entre Secarias/Côja, no concelho de Arganil.

Durante o dia de terça-feira chegaram também a estar fechadas as autoestradas A1 e A28, ambas reabertas ao início da noite.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve cinco pessoas – três homens e duas mulheres – suspeitos da autoria de incêndios florestais em Cacia (Aveiro); em Refojos de Riba de Ave (Santo Tirso); nos concelhos de Pombal e Alvaiázere (no distrito de Leiria) e em Condeixa-a-Nova (Coimbra).

A PJ também identificou e constituiu arguidos quatro funcionários da Junta de Freguesia da União de Freguesias de Campo e Sobrado, no concelho de Valongo, pela presumível autoria de um incêndio florestal na localidade de Campo, que consumiu cerca de um hectare de mancha florestal.

Em comunicado, a GNR informou ter detido sete homens, entre sábado e a madrugada de terça, suspeitos do crime de incêndio florestal nas regiões de Leiria, Castelo Branco, Porto e Braga.

Várias personalidades já manifestaram o seu pesar e solidariedade pelas vítimas dos incêndios, entre eles o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente do Parlamento da Madeira, José Manuel Rodrigues, o patriarca de Lisboa, Rui Valério e o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias, anunciou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, no final de um Conselho de Ministros extraordinário convocado para analisar a situação dos incêndios, numa reunião presidida pelo Presidente da República.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que indica que nas regiões Norte e Centro, desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.

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