Logo
Nacional

Portugal exportou quase 26 mil toneladas de canábis desde 2019

3 Fevereiro, 2024 | 15:25
Partilhar
Viana TV
2 min. leitura

Perto de 26 mil toneladas de canábis cultivadas e produzidas em Portugal foram exportadas desde 2019, ano em que foi legalizado o uso desta planta para fins medicinais, um aumento superior a 1.200%, revelam dados do Infarmed.

Só em 2022, último ano com dados completos, foram exportadas 9.271 toneladas, um aumento de 1.207% em relação às 709 toneladas exportadas em 2019, após a entrada em vigor da lei em 01 de fevereiro.

Nos primeiros seis meses deste ano, foram exportadas 5.438 toneladas, representando 58,6% do total exportado em todo o ano de 2022.

A Alemanha, Polónia, Austrália, Espanha e Malta foram os principais destinos da canábis exportada por Portugal no primeiro semestre do ano, adianta a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) num balanço feito à agência Lusa a propósito dos cinco anos da entrada em vigor da lei.

Atualmente, existem em Portugal 21 empresas com licença para cultivo da canábis para fins medicinais, 13 para fabrico, 27 com licenças para importação e exportação e 15 para comercialização.

O Infarmed adiantou que está a avaliar três pedidos de autorização para colocação no mercado de três substâncias e 12 preparações à base da planta de canábis.

Desde que foi aprovada em 2021 a comercialização da primeira, e até agora única, preparação à base canábis em Portugal, foram vendidas 1.913 embalagens do produto, que consiste em flores secas da planta ‘Cannabis sativa’, contendo 18% de tetrahidrocanabinol (THC) e menos de 1% de canabidiol (CBD).

Em Portugal, está também autorizada e venda dos medicamentos Sativex, para o tratamento de doentes adultos com espasticidade moderada a grave devida a esclerose múltipla, e o Epidiolex, para epilepsia grave em crianças.

Dados do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR) da Associação Nacional de Farmácias avançados à agência Lusa indicam que, no total, já foram vendidas 3.321 embalagens dos dois medicamentos.

Fazendo um balanço dos cinco anos da lei, a presidente da direção do Observatório Português de Canábis (OPC), Carla Dias, afirmou que “alguma coisa mudou, mas está muito longe de ser suficiente para os doentes”.

“Em 2021 tivemos a primeira preparação à base da planta canábis medicinal de uma das empresas licenciada, o que é ótimo, mas é uma solução que não é viável para todos os doente, porque é uma preparação ou uma substância que é uma flor, só tem THC, e a via de administração para os doentes que poderiam usufruir não é a mais viável”, argumentou.

Carla Dias adiantou que o OPC tem estado “em permanente contacto” com o Infarmed para tentar perceber porque não há mais preparações ou substâncias das empresas que se vão licenciando e que já ultrapassam as 20 em Portugal.

O observatório conseguiu perceber que “há algumas que não estão minimamente interessadas nos doentes portugueses”, exportando tudo o que produzem de cultivo.

“Há, no entanto, algumas empresas que se têm preocupado com os nossos doentes e que vão submetendo os dossiês ao Infarmed”, que exige determinados critérios que conferem ao doente qualidade e segurança, disse Carla Dias.

A utilização destes produtos depende da avaliação médica e a sua dispensa apenas pode ser realizada na farmácia com receita médica.

Entre as indicações para a utilização destes produtos estão a dor crónica associada a doenças oncológicas, epilepsia e tratamento de transtornos convulsivos graves na infância, esclerose múltipla, náuseas e vómitos causados por quimioterapia, estimulação do apetite nos cuidados paliativos de doentes em tratamento oncológico ou com sida.

Programas de Autor

Episódios Recentes Ver Mais

Notícias

Regional 12 Fevereiro, 2025

Luís Nobre apela ao diálogo para mitigar impacto das eólicas ‘offshore’ na pesca

O presidente da Câmara de Viana do Castelo apelou ao diálogo entre Governo e o setor da pesca para serem encontradas soluções de mitigação e de compensação face ao impacto que a instalação das eólicas ‘offshore’ acarreta.

Internacional 12 Fevereiro, 2025

Limiano João Pedro Coelho premiado “Cozinheiro de Ouro da Suíça”

O subchefe de cozinha João Pedro Coelho, natural de Ponte de Lima e vencedor do prémio 'Cozinheiro de Ouro da Suíça' aos 25 anos, assegurou que "há sempre mais alguma coisa para conquistar".

Nacional 12 Fevereiro, 2025

Cardiologistas de Intervenção alertam para prevenção e tratamento precoce do enfarte agudo do miocárdio

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) volta a consciencializar para o enfarte agudo do miocárdio. Esta ação, inserida na campanha “Cada Segundo Conta”, surge no âmbito do Dia Nacional do Doente Coronário, que se assinala a 14 de fevereiro, com o objetivo de alertar para a importância da prevenção e tratamento precoce desta doença.

Desporto 12 Fevereiro, 2025

Centro de Atletismo de Mazarefe em destaque nos Campeonatos Nacionais em Pista Curta

O Centro de Atletismo de Mazarefes esteve entre as oito equipas em competição, na final da III Divisão do Campeonato Nacional de Clubes em Pista Curta que se disputou em Braga, tanto nos femininos como nos masculinos, aspirando atingir os dois primeiros lugares, que dariam acesso à segunda divisão.

Desporto 12 Fevereiro, 2025

Sporting perde em casa com Dortmund e fica mais longe dos oitavos de final da Liga dos Campeões

O campeão nacional em título Sporting perdeu por 3-0 na receção aos alemães do Borussia Dortmund, em encontro da primeira mão do play-off de acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões em futebol.

Opinião 11 Fevereiro, 2025

OPINIÃO: Reforma do sistema de saúde e aumento da produtividade

Hoje, 11 de fevereiro, celebramos o Dia Mundial do Doente por iniciativa do Papa João Paulo II em 1992. Cuidar dos outros e, em especial, dos doentes é uma tarefa nobre e enriquecedora e a missão de todos os Internistas e da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

Regional 11 Fevereiro, 2025

Antigo Matadouro de Viana do Castelo com nova vida dentro de um ano

O centenário e devoluto edifício do antigo Matadouro Municipal de Viana do Castelo vai ressurgir dentro de um ano como espaço criativo e comunitário, resultado da empreitada de reconversão do projeto Viana STARTS, consignada hoje, por 3,169 milhões de euros, e que se baseia no espírito da Ciência + Tecnologia + Arte, assente nos valores do Novo Bauhaus Europeu.