A obesidade é uma doença crónica complexa em crescimento, que afeta cerca de 29% da população adulta em Portugal. A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é igualmente uma patologia frequente, com uma prevalência de 20%. A DRGE é caracterizada por sintomas como regurgitação, ardor ou dor torácica, relacionados com a passagem excessiva de conteúdo gástrico para o esófago.
A obesidade e o excesso de peso constituem um importante fator de risco para a DRGE, tendo estudos epidemiológicos demonstrado uma prevalência, nesta população, de 40 a 60%. Este grupo de doentes tem também risco aumentado de complicações associadas ao refluxo, como a esofagite erosiva, o esófago de Barrett e o cancro do esófago.
A relação entre obesidade e DRGE é complexa e multifatorial. Fatores como a dieta, o sedentarismo, o microbioma e a predisposição genética podem desempenhar papéis importantes no desenvolvimento de ambas as condições. Além disso, a presença de DRGE pode agravar o quadro de obesidade, uma vez que os sintomas podem levar a alterações no comportamento alimentar e estilo de vida.
A obesidade abdominal, em particular, parece contribuir diretamente para a DRGE por mecanismos anatómicos e hormonais que resultam no aumento da pressão intra-abdominal, maior relaxamento do esfíncter esofágico inferior, atraso no esvaziamento gástrico e alterações na produção de ácido pelo estômago.
O tratamento da DRGE nos doentes com obesidade é desafiante e deve incluir, para além da medicação (inibidores da produção de ácido), estratégias de controlo do peso e da composição corporal e alterações comportamentais específicas.
A perda de peso tem mostrado benefícios consistentes na redução dos sintomas da DRGE. Alterações na dieta, aumento da atividade física, medicação e, em casos selecionados, abordagem endoscópica e/ou cirúrgica, podem contribuir para a melhoria do quadro clínico, tanto do refluxo como da própria obesidade.
O Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), da Direção Geral de Saúde, promove a adoção de uma dieta equilibrada e a prática regular de atividade física, visando a prevenção e controlo da obesidade e das suas complicações, incluindo a DRGE. Estas medidas são fundamentais e os profissionais de saúde têm um papel crucial na sua implementação, devendo agir numa relação de proximidade com a população.
Em conclusão, a obesidade é um importante problema de saúde pública e um fator de risco significativo para o desenvolvimento e complicações da DRGE. A abordagem terapêutica eficaz deve incluir promoção de hábitos de vida saudáveis, estratégias de perda de peso (incluindo medicação, intervenções endoscópicas e cirúrgicas) e controlo de sintomas de refluxo. A divulgação dos riscos associados à obesidade e a implementação de políticas públicas junto da população são essenciais no combate a esta patologia em Portugal.
Alexandre Ferreira, gastrenterologista no Hospital da Luz, membro da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.
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