Logo
Nacional

Chocolate mais caro à boleia dos máximos do cacau mas Páscoa a salvo

31 Março, 2024 | 12:50
Partilhar
Viana TV
4 min. leitura

Os chocolates vão ficar mais caros nos próximos tempos, impactados pelo valor do cacau, mas a diferença ainda não deverá sentir-se nesta Páscoa, com as empresas portuguesas a garantirem que estão a suportar parte dos aumentos.

“O preço do chocolate terá que inevitavelmente aumentar visto que a principal matéria-prima teve nos últimos tempos um aumento exponencial. É impossível aos produtores de cacau absorver o aumento”, afirmou Pedro Araújo, mestre chocolateiro e diretor da marca Vinte Vinte, em resposta à Lusa.

O preço do cacau nos mercados internacionais disparou 150% desde o início do ano e tocou pela primeira vez os 10.000 dólares por tonelada, mas pode ainda não ter atingido o pico.

Este aumento, que vai sentir-se em todos os produtos que têm o cacau como o seu principal ingrediente, não deverá sentir-se já na Páscoa, uma vez que o chocolate “ainda foi feito com o cacau em ‘stock’”, comprado a preços mais baixos.

A Páscoa será um período de alguma apreensão para as empresas que produzem chocolate, uma vez que os consumidores vão ser também afetados pela incerteza dos mercados.

Pedro Araújo antevê que os preços “comecem a subir já no verão”, embora ressalve que o principal aumento deverá ser sentido no outono, “altura em que começa o grande consumo de chocolate”.

A Vinte Vinte lembrou ainda que, durante décadas, o preço do cacau transacionado em bolsa tem-se mantido “muito estável”, enquanto o preço do chocolate para o consumidor cresceu.

“Na realidade, o cacau tem-se mantido anormalmente baixo, originando graves problemas na distribuição de valor ao longo da cadeia. A última vez que o preço do cacau atingiu valores tão altos foi no choque petrolífero da década de 70”, assinalou a empresa de Vila Nova de Gaia.

Por sua vez, a Arcádia, empresa que nasceu no Porto, em 1933, também avisou que o preço do chocolate para o consumidor terá que aumentar, apesar de assegurar que vai suportar parte do aumento dos custos.

“Esta subida de preço tem uma componente na base, por escassez de produto derivado a más colheitas nos produtores, mas tem também outra componente de especulação dos mercados”, sublinhou.

A Arcádia disse ainda que, numa primeira fase, alguns dos seus produtos viram o preço agravado, embora de uma forma moderada.

Contudo, a empresa garantiu estar a monitorizar esta situação, referindo fazer tudo “para minimizar o impacto no consumidor final”.

A empresa espera “uma procura estabilizada” nesta Páscoa, impulsionada pela abertura de sete novas lojas desde o ano passado.

No mesmo sentido, a Imperial, dona de marcas como Regina, Jubileu ou Pintarolas, garantiu estar a fazer um esforço para passar “o mínimo possível dos aumentos nos custos de produção para os consumidores”, garantido também a sustentabilidade do negócio.

“Este esforço é feito com o objetivo de manter os produtos das marcas Imperial acessíveis ao consumidor português num momento tão delicado”, notou o ‘marketing manager’ das marcas da Imperial, Francisco Pinho da Costa.

Para isso, a empresa, além de ter absorvido parte dos custos, tem procurado “mais eficiências e sinergias nos processos produtivos” e desenvolvido novos produtos e formatos.

“Por isso mesmo, e no seguimento desta estratégia, neste momento, é possível encontrar nas prateleiras todos os produtos com a mesma qualidade de sempre, incluindo as incontornáveis amêndoas de Páscoa Regina. Estamos, e continuaremos a estar, ao lado dos nossos consumidores, nestes períodos mais desafiantes, assim como sempre fizemos nos últimos 90 anos”, acrescentou Francisco Pinho da Costa.

A Imperial mantém-se otimista quanto ao consumo na Páscoa, época festiva que representa o momento mais importante para as vendas da empresa, ao pesar 40% do volume de negócios total.

Da fábrica de Vila do Conde, saíram, nesta época, aproximadamente, 400 toneladas de amêndoas.

“O consumo mundial do cacau tem vindo a aumentar nos últimos anos e, apesar do atual contexto, o mercado nacional de chocolates tem vindo a crescer. Falamos de um setor que representa em quantidade 25,3 mil toneladas e 380 milhões de euros em valor, tendo crescido 12% em valor face ao ano móvel (novembro) anterior”, destacou.

A Lusa contactou também a Nestlé, que disse não poder comentar a sua política de preços devido às regras do direito da concorrência.

Ainda assim, fonte oficial da empresa considerou não existir “necessariamente uma relação direta entre a subida de preço de matérias-primas e preços”, uma vez que este depende de muitos fatores.

“Relativamente ao eventual impacto nos preços ao consumidor, cabe-nos esclarecer que o preço dos produtos ao consumidor é determinado pelos retalhistas e não pela Nestlé”, rematou.

O preço dos futuros do cacau para entrega em maio, negociados na bolsa de Nova Iorque, tem vindo a subir desde o ano passado, com esta matéria-prima a atingir na terça-feira novos recordes históricos, ao ser momentaneamente transacionado acima dos 10.000 dólares por tonelada.

A Blisq Creative é uma agência de comunicação, especialista em planeamento estratégico, marketing digital, design e web. Orientamo-nos pela estratégia e pela criatividade

Programas de Autor

Episódios Recentes Ver Mais

Notícias

Desporto 24 Novembro, 2024

Castelense, Cardielense, Lanheses e Deucriste seguem na Taça da AFVC

Este domingo, realizaram-se as partidas dos Oitavos-de-final da Taça da Associação de Futebol de Viana do Castelo. Das 5 equipas do concelho de Viana do Castelo presentes nesta fase, apenas 4 seguem para a próxima eliminatória. Castelense, Cardielense, Lanheses e Deucriste SC, ganharam os seu jogos e estão apurados para os Quartos-de-final da competição.

Desporto 24 Novembro, 2024

FC Porto eliminado da Taça de Portugal pelo Moreirense

O FC Porto, vencedor das três últimas edições da Taça de Portugal em futebol, foi hoje afastado dos oitavos de final da competição, ao perder por 2-1 no terreno do Moreirense, somando a terceira derrota consecutiva.

Opinião 24 Novembro, 2024

OPINIÃO: Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e o Cordão Umbilical

Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é caraterizada pela obstrução e/ou bloqueio persistente das vias aéreas. Esta obstrução pode ocorrer através de um enfisema, de bronquite crónica ou de ambos causando dificuldade respiratória. A obstrução brônquica pode ser irreversível ou parcialmente reversível através de tratamento.Andreia Gomes - Diretora Técnica e de Investigação e Desenvolvimento e Inovação da BebéVida

Regional 24 Novembro, 2024

Motociclista morre após colisão com carro em Valença

Um acidente, esta manhã, na localidade de Ganfei, em Valença, entre um ligeiro de passageiros e um motociclo provocou a morte a um jovem de 21 anos.

Desporto 23 Novembro, 2024

Voleibol Clube de Viana voltou às vitórias no campeonato

Em jogo da 9.ª jornada da Liga Una Seguros, realizado este sábado no Pavilhão de Santa Maria Maior, o Voleibol Clube de Viana derrotou (3-2) o Sporting de Espinho com parciais de 26-24, 19-25, 25-23, 15-25 e 15-11.

Desporto 23 Novembro, 2024

Juventude Viana ganha em Riba d`Ave

A Juventude Viana deslocou-se, este sábado, a Riba d`Ave para defrontar a equipa local, em jogo correspondente à 7ª jornada do campeonato nacional da 1ª divisão de hóquei em patins. A formação de Viana do Castelo realizou uma boa partida e alcançou a segunda vitória consecutiva na competição.

Desporto 23 Novembro, 2024

Santa Luzia perde em casa com o Maia para a Liga Feminina de Futsal

Arrancou, este sábado, a nona jornada da Liga Feminina Placard, com a realização de três encontros. No Pavilhão José Natário, o Santa Luzia foi surpreendido pelo Maia. A equipa de Viana do Castelo perdeu por 2-3.