Os pescadores de Viana do Castelo e Caminha estão atentos às toneladas de minúsculas bolas de plástico que deram à costa no Norte de Espanha e reivindicam ações para tentar recuperar o material que ainda está no mar.
“Deviam começar a trabalhar para ver se é possível recuperar os contentores antes de os sacos [com as minúsculas bolas de plástico, designadas como ‘pellets’ ou ‘nurdles’, em inglês] se desfazerem e libertarem o plástico. Os seguros da embarcação têm de assumir isso”, defendeu, Francisco Portela Rosa, da cooperativa de produtores Vianapesca, com sede em Viana do Castelo.
O responsável disse que as bolas com cerca de cinco milímetros de diâmetro, usadas para fabricar plásticos, que surgiram nas praias do Norte de Espanha, “ainda não apareceram” na costa portuguesa, mas poderão deslocar-se “com o vento”, estando em causa “um risco” que, “por cautela, devia deixar a Agência do Ambiente e a autoridade marítima preparados”.
“Não sei se não seria de colocar as barreiras que se colocam para o petróleo [referência ao Prestige, petroleiro que em 2002 afundou na costa galega, produzindo uma maré negra que afetou a zona entre o Norte de Portugal e França]”, defendeu Portela Rosa.

A medida, explicou, poderia “defender a parte da rocha e da costa”, onde “será mais difícil conseguir apanhar” as partículas de plástico.
“A cada 10 metros de profundidade, a pressão aumenta em um bar, que corresponde a um quilograma. Portanto, dificilmente as embalagens conseguirão aguentar o plástico no seu interior”, alertou.
A “maior preocupação”, vincou, é “na entrada dos rios”, onde as partículas podem “entrar na cadeia alimentar e na alimentação humana”.
Augusto Porto, da associação de Profissionais de Pesca do Rio Minho e Mar, disse à Lusa que aqueles pescadores estão “atentos” à situação, porque “se aparecesse algo era uma situação de alarme”.
“Mas, para quem pesca mais junto à barra, nas correntes que entram e saem do rio, essas bolinhas já têm aparecido, este ano e noutros anos. Não estão no peixe, mas andam na corrente e aparecem nas redes de pesca, que são fixas”, esclareceu.
A Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora, no concelho de Caminha, manifestou-se “atenta” e “preocupada” com o problema, porque “o impacto na cadeia alimentar é grande”, embora “nada” tenha sido detetado na pesca.
“As correntes, nesta altura do ano, empurram para Norte. Mas se algum conteúdo ainda estiver em sacos, poderá chegar à costa portuguesa”, indicou à Lusa Vasco Presa.
A associação Zero alertou na terça-feira ser “impossível recolher todo” o plástico que deu à costa no Norte de Espanha, em toneladas de minúsculas bolas que “rapidamente se espalham no ambiente”, chegando depois à cadeia alimentar humana.
O hidrobiólogo Bordalo e Sá disse na terça-feira à Lusa que o granulado, usado como matéria-prima para produtos de plástico, facilmente se transforma em nanoplástico, chegando à cadeia alimentar de peixes e bivalves e, consequentemente, à dos seres humanos, desconhecendo-se ainda todos seus os impactos.
Também na terça-feira, o Governo, através do Ministério do Ambiente, disse estar “atento” ao problema, no dia em que as regiões do Norte de Espanha, da Galiza ao País Basco, ativaram ou elevaram alertas ambientais por causa do plástico que caiu ao mar em dezembro em águas portuguesas.
Segundo informações divulgadas pelo governo espanhol, o armador do barco que em 08 de dezembro perdeu contentores da carga que transportava, a 80 quilómetros de Viana do Castelo, disse que caíram ao mar mais de mil sacos com cerca de 26,2 toneladas destas bolas com cerca de cinco milímetros de diâmetro, usadas para fabricar plásticos e que estão agora a dar à costa no norte de Espanha.
Nos outros contentores caídos ao mar (pelo menos mais cinco) havia pneus, rolos de película aderente e barras de alumínio, segundo as informações fornecidas pelo armador do barco às autoridades espanholas.
Foto de Capa: Luís Sérgio Gonçalves
Nos primeiros 11 meses deste ano, 72 pessoas perderam a vida em acidentes de viação, mais duas do que no mesmo período de 2024, segundo dados provisórios da Polícia de Segurança Pública (PSP). Das vítimas mortais, 32 morreram em colisões, 25 em despistes e 15 em atropelamentos.
O Távora somou mais uma vitória expressiva na 2.ª divisão distrital da Associação de Futebol de Viana do Castelo, ao triunfar por 1-5 no reduto do Anais FC, este fim de semana, em jogo da 12.ª jornada. A equipa arcoense mantém-se firme no topo da tabela, agora com 30 pontos, reforçando o estatuto de líder isolado.
O ciclista vianense Iúri Leitão voltou a destacar-se no panorama internacional ao conquistar a vitória na prova de Madison dos 6 Dias de Roterdão, uma das competições mais emblemáticas e exigentes do ciclismo de pista. O atleta de Santa Marta de Portuzelo, Viana do Castelo, fez dupla com o neerlandês Yoeri Havik, atleta da casa, numa parceria que se revelou dominante ao longo de toda a prova.
A Câmara Municipal de Valença vai realizar no próximo sábado, 13 de dezembro, a partir das 9h30, o retiro micológico “Entre Fungos e Monges”, na Quinta do Mosteiro de Sanfins.
A Câmara de Ponte de Lima abriu concurso público, no valor de 820 mil euros mais IVA, para transformar um edifício no centro da vila em oito apartamentos de habitação colaborativa. O projeto, financiado pelo PRR, terá um prazo de execução de 180 dias.
O Politécnico de Viana do Castelo marcou presença esta semana em Veneza, Itália, no primeiro workshop europeu dedicado à criação de orientações para novos graus conjuntos transnacionais. O encontro reuniu mais de 500 participantes, entre presenciais e online, e deu início a um ciclo de trabalho que se prolongará até 2028, envolvendo 73 alianças universitárias em toda a Europa.
A Câmara de Viana do Castelo lançou um concurso público de 324.740 euros para serviços de arqueologia durante a construção do novo mercado municipal e a requalificação da sua envolvente. O prazo de execução do contrato é de 150 dias, e a entrega de propostas termina a 2 de janeiro de 2016.