A obesidade é um dos grandes desafios de saúde pública dos nossos dias. Em Portugal, quase 60% da população tem excesso de peso, e, como tal, identificar e controlar a sua causa torna-se crucial. Embora esteja hoje claro que a principal causa do excesso de peso e obesidade é o consumo energético superior ao seu gasto, outros fatores parecem também contribuir (de forma muito menos significativa) para este processo.
Recentemente, a microbiota intestinal tem sido considerada como um desses fatores, dada a sua influência no metabolismo energético, nos mecanismos que regulam a ingestão alimentar, no sistema imunitário, na inflamação e muitos outros.
Os estudos são já hoje claros a demonstrar diferenças importantes entre a microbiota (conjunto de microrganismos presentes no intestino) de indivíduos obesos e indivíduos com peso ajustado, mostrando que desequilíbrios microbianos (disbiose) podem estar associados a desregulações metabólicas, muitas delas centrais na fisiopatologia da obesidade.
Estudos em animais mostraram que ratinhos criados sem microbiota intestinal, quando alimentados com muita energia, apresentavam pouca tendência para ganho de massa gorda, mas, quando os seus intestinos eram colonizados com microbiota de outros ratinhos obesos, então o ganho de peso era evidente, mesmo sem consumo mais elevado de energia.
Parece então ficar claro que a microbiota por si só é capaz de, em parte, modificar o metabolismo energético. Sabe-se também que as bactérias intestinais têm um papel fundamental na fermentação das fibras que consumimos e da qual resultam metabolitos muito benéficos, como os ácidos gordos de cadeia curta (ex: butirato ou propionato) que têm um papel importante na regulação da saciedade e no controlo do açúcar no sangue, além de contribuírem para menores níveis de inflamação no organismo. Além disso, a microbiota pode influenciar a produção de hormonas intestinais que controlam a fome e a saciedade, como o GLP-1 e o PYY, que também podem contribuir para redução/aumento da ingestão alimentar, bem como melhorar o metabolismo da glicose, dois fatores essenciais para o controlo do peso. Parece, assim, mais uma vez ficar clara a associação entre a microbiota e o excesso de peso.
Persiste, no entanto, a dúvida acerca de qual o real papel das bactérias intestinais no ganho de peso e também, qual o papel que podem ter no tratamento da obesidade. Será que alterando a nossa microbiota, conseguimos controlar o peso? As respostas ainda são poucas.
É certo que a microbiota intestinal é altamente sensível ao que comemos. Uma alimentação rica em fibras (baseada em frutas, legumes, leguminosas, cereais integrais) e gorduras saudáveis, como o azeite, favorece o crescimento de bactérias benéficas. A Dieta Mediterrânica assenta nestes princípios e é hoje considerada a intervenção nutricional com mais evidência científica para melhorar a saúde metabólica. Importa referir que dietas muito restritivas, por se tornarem desequilibradas nutricionalmente, não mostraram benefícios claros e duradouros em humanos no que diz respeito à saúde da microbiota.
Existem já estudos que tentam compreender o real benefício de adicionarmos suplementos de probióticos à nossa dieta com vista ao melhor controlo de peso. Por exemplo, estudos sobre o impacto da bactéria Akkermansia muciniphila mostraram resultados interessantes na melhoria da resistência à insulina e na redução de marcadores de inflamação, mas ainda estamos longe de conseguir afirmar que a toma de certas estirpes bacterianas consegue contribuir de forma significativa para a perda de gordura corporal. Não impede isto que recomendamos o consumo de alimentos com propriedades probióticas (ex. kefir, iogurte…) e prebióticas (ex. alho, cogumelos frescos) para prevenir e tratar quadros de obesidade.
Podemos afirmar com algum grau de certeza que a microbiota intestinal é, sem dúvida, uma peça a considerar no complexo contexto da obesidade, mas assumi-la como agente determinante para controlo de peso é demasiado simplista num quadro que se sabe verdadeiramente multifatorial. Apostar numa alimentação equilibrada, rica em fibras e pobre em alimentos ultraprocessados, juntamente com a prática de exercício físico, será a melhor estratégia para prevenir e controlar a obesidade.
O Mês da Saúde Digestiva é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia. Saiba mais em www.saudedigestiva.pt .
Catarina Sousa Guerreiro, Professora Associada de Nutrição na Faculdade de Medicina de Lisboa (FMUL)
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