O ‘verbo’, como é conhecido o linguajar falado pelos pedreiros da aldeia de Castro Laboreiro, em Melgaço, que emigravam para a Galiza ou para França, desapareceu com a morte dos mais velhos e impossibilitou a classificação como património imaterial.
O ‘verbo’ foi a gíria socioprofissional falada por pedreiros e mestres canteiros de Castro Laboreiro, aldeia do distrito de Viana do Castelo integrada no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), quando se deslocavam para trabalhos fora da comunidade, e tinha como objetivo “não serem compreendidos e secretamente negociarem e tratarem de assuntos com patrões e colegas de profissão”.
Em declarações à agência Lusa, o antropólogo Álvaro Campelo explicou que os homens de Castro Laboreiro “sempre migraram para os territórios vizinhos do Alto Minho, ou emigraram para a vizinha Galiza ou outras regiões de Espanha, procurando no exterior o complemento absolutamente necessário para suprir aquilo que a terra onde nasceram não lhes facultava”.
A “partir dos anos 50 do século XX, dá-se uma profunda alteração na comunidade de Castro Laboreiro. Da migração sazonal, os homens começam a partir para terras estrangeiras para aí permanecerem por longos anos, nomeadamente para a França”, disse.
“O ‘verbo’ de Castro Laboreiro, muito parecido com gírias de outras zonas de país e da Galiza, surgiu dessa experiência do mundo e da capacidade de negociar e viver entre diferentes, gerindo relações e possíveis conflitos”, especificou.
Hoje, segundo o antropólogo, é um património morto, porque os mais velhos faleceram e não houve passagem de conhecimento aos mais novos.
“Em Castro Laboreiro não há quem fale o ‘verbo’. Há pessoas que sabem uma palavra ou outra, mas não conseguem estabelecer um diálogo”, afirmou Álvaro Campelo.
O investigador e professor universitário explicou que durante a pesquisa que iniciou em 2019, dificultada pela pandemia de covid-19, conseguiu recolher mais de 60 palavras, mas não encontrou ninguém que conseguisse manter uma conversação através daquele “código”.
Alcieira, que significa porta, guichoilo (homem pequeno), anciã (água), guitchos (coelhos), ancia de granjo (muita chuva), leda (ela) e ledo (ele), angueiros (anos), ardeosa (aguardente), birid (vinho), arria (pedra), arria granjoila (pedreira grande) hastir (ir embora), Lourenço (calor) e calhau (patrão) são algumas das palavras que integram o estudo de Álvaro Campelo.
“Os homens conversavam de forma simples para negociar preços, dizer mal da obra do patrão ou do cliente, sem que os entendessem. Não era português, não era galego, nem era galego-português. São palavras que viviam da oralidade e que por deixarem de ser usadas desapareceram”, sustentou.
“Já não existem pessoas que falem o ‘verbo’, apenas resiste na memória essa gíria socioprofissional e algumas palavras memorizadas por filhos e netos de antigos pedreiros”, referiu.
Farrijola (ferramenta), gabim (dinheiro), gida (bonita), esgaravelhar (escrever), salopo (frio), to ones aticas esquilones (só olhas para as horas), vite que nente (diz-lhe que não) são outras das palavras inventariadas.
Alguns “apaixonados e zeladores meritórios da cultura de Castro Laboreiro ainda conservam pequenas listas de palavras do ‘verbo’, recebidas de seus ancestrais, por vezes mescladas com outras do castrejo, mas não conseguem formular uma frase ou reproduzir uma conversação com palavras desta gíria numa mínima sintaxe”, referiu.
Para Álvaro Campelo, não havendo um património vivo, permanece um legado verbal que importa estudar e fixar para a posteridade, junto com a memória destes homens que emigravam para trabalhar a pedra, a precederem outras emigrações.
O investigador que pretende publicar o trabalho que realizou sobre o ‘verbo’ substituiu a investigação desta gíria pelo castrejo, o galego português antigo que ainda hoje é falado em zonas próximas da fronteira com Espanha.
A candidatura do castrejo a património imaterial, conduzida por Álvaro Campelo, está pronta para ser submetida ao Ministério da Cultura.
Centenas de pessoas marcaram presença, este sábado, no funeral dos dois irmãos. A cerimónia, destinada à família, amigos próximos e convidados, não impediu que uma multidão acompanhasse o momento no exterior.
A Câmara Municipal de Caminha vai dar uma nova utilidade aos contentores que serviram como mercado provisório durante a construção do novo Mercado Municipal.
No passado dia 2 de julho, foram celebrados 158 anos de uma das instituições mais antigas, respeitadas e presentes na vida dos portugueses. A História da Polícia de Segurança Pública remonta a 1383, ano em que, por iniciativa do rei D. Fernando I, foi constituído o primeiro corpo organizado de polícias em Lisboa, denominados Quadrilheiros.
A partir de uma criação e texto de Gonçalo Fonseca nasce o espetáculo comunitário 'Murmúrio', que vai ser apresentado ao final da tarde deste sábado e domingo, 5 e 6 de junho, pelas 18h00, no Monte de São Silvestre, em Paredes de Coura, com a participação de pessoas da comunidade, o coro Couração e com entrada livre.
A Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho) promove, na próxima terça-feira 8 de julho, pelas 16h00, no auditório do Museu de Artes Decorativas, em Viana do Castelo, uma sessão pública de esclarecimento sobre as oportunidades de financiamento disponíveis no âmbito da 3.ª Prioridade do Programa Mar 2030, com especial destaque para os avisos lançados pelo Grupo de Ação Local (GAL) Costeiro do Litoral Norte.
Foi oficialmente entregue na EB1 de Abelheira, em Viana do Castelo, o mural artístico concebido e executado pelos estudantes do 1.º ano do curso de licenciatura em Artes Plásticas e Tecnologias Artísticas da Escola Superior de Educação do Politécnico de Viana do Castelo (ESE-IPVC). A obra, que ocupa três paredes, num total de cerca de 16 metros, foi desenvolvida ao longo de vários meses no âmbito da unidade curricular de Atelier de Artes Plásticas – Vertente Pintura.
Um jovem de 25 anos foi detido quando circulava em contramão na Autoestrada 3 (A3), no concelho de Famalicão, com uma taxa de álcool no sangue de 1,59 (g/l).