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Estudo: Quase metade dos farmacêuticos estão insatisfeitos com a profissão

26 Abril, 2025 | 15:55
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Pedro Xavier
3 min. leitura

O estudo promovido pela associação representativa dos jovens farmacêuticos, revela que a percentagem é maior nos profissionais jovens, com 48% dos farmacêuticos com menos de 35 anos insatisfeitos com as condições de trabalho.

Cerca de 43% dos farmacêuticos comunitários confessam-se insatisfeitos ou muito insatisfeitos com a profissão farmacêutica, revela um estudo promovido pela Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF).

Há outras conclusões que apontam para um clima de insatisfação: mais de 90% deste profissionais dizem-se preocupados com as condições do mercado de trabalho em Portugal e 30% referem que já procuraram oportunidades de emprego em farmácia comunitária no estrangeiro — valor que sobe para 4 em cada 10 no caso dos farmacêuticos com menos de 35 anos.

O estudo, que resulta de um inquérito que contou com a participação de 1.095 farmacêuticos de várias faixas etárias, aponta para algumas razões que desmotivam os farmacêuticos comunitários. A generalidade dos farmacêuticos não se encontra satisfeita com a sua remuneração (3 em cada 4), principalmente em função das suas qualificações profissionais e da realidade socioeconómica do país.

Por outro lado, metade dos farmacêuticos sentem que não há oportunidades de progredir na carreira em farmácia comunitária. Na perspetiva dos farmacêuticos comunitários, os horários de trabalho são um grande fator de desgaste, com 60% dos inquiridos a reportar uma carga horária semanal entre 40 a 45 horas. Isto leva a que 67% dos farmacêuticos comunitários sintam que não existe um equilíbrio entre a vida profissional, pessoal e familiar.

Em outubro passado, os jovens farmacêuticos apresentaram publicamente uma proposta de compromisso conjunto entre as entidades do setor para a valorização da profissão e da farmácia comunitária e por melhores práticas profissionais. “As principais organizações representativas do setor farmacêutico aceitaram de imediato o desafio de criarmos uma agenda que promova o desenvolvimento pessoal, profissional e social dos farmacêuticos comunitários, independentemente da idade”, refere Lucas Chambel, Presidente da Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos.

“Acreditamos que este pode ser um primeiro sinal importante e uma base para uma ação coordenada que garanta a atração e retenção de talento farmacêutico nas farmácias e, ao mesmo tempo, que crie condições para o desenvolvimento das farmácias a médio-longo prazo, para que possam continuar a prestar serviços e cuidados farmacêuticos à população em proximidade”, acrescenta.

A APJF confirma ainda que esta proposta de compromisso já está a ser trabalhada em articulação com a Ordem dos Farmacêuticos, o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, a Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia, a Associação Nacional das Farmácias, a Associação de Farmácias de Portugal e a Associação Portuguesa de Farmacêuticos para a Comunidade.

A assinatura do acordo entre várias entidades do setor com medidas e objetivos concretos acontece brevemente. O presidente da APJF destaca que esta “é uma iniciativa pioneira e ímpar, porque une todo um setor em torno de propostas concretas; não conhecemos outro projeto similar”.

Apesar das dificuldades, o estudo evidencia também aspetos positivos: de um modo geral, os farmacêuticos consideram que as farmácias dispõem das condições essenciais de qualidade, segurança, privacidade dos utentes e bem-estar das equipas. Por sua vez, 96% dos inquiridos acreditam que o seu trabalho e atividade têm um impacto positivo na saúde e bem-estar da população.

Todavia, e neste âmbito, os resultados apontam ainda para alguns aspetos a melhorar, referindo a pertinência de regulamentos e normas suficientes e adequados para o exercício da atividade farmacêutica e a necessidade de um maior investimento, por parte das entidades empregadoras, na formação dos seus colaboradores.

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