O levantamento dos prejuízos causados no Alto Minho pelo mau tempo no primeiro dia do ano, de quase 20 milhões de euros, já está com a ministra da Coesão Territorial e será analisado, quinta-feira, em Conselho de Ministros.
O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, Manoel Batista, adiantou, em declarações à agência Lusa, que o levantamento foi enviado, na terça-feira, para a ministra Ana Abrunhosa e que vai ser analisado, na quinta-feira, em Conselho de Ministros, para definição da linha de apoio a disponibilizar aos municípios do distrito de Viana do Castelo.
O valor do levantamento enviado a Ana Abrunhosa “por cada um dos municípios aponta para mais de 19,5 milhões de euros, quase 20 milhões de euros de prejuízos”.
Caminha lidera a lista dos municípios com mais prejuízos, 9,4 milhões de euros. Segue-se Valença com 3,8 milhões de euros, valor que não integra a recuperação da muralha que desabou, Ponte da Barca somou danos no valor de 1,9 milhões de euros, Viana do Castelo, com 1,8 milhões de euros, e Vila Nova de Cerveira com 1,5 milhões de euros. Melgaço está em último lugar, com 108 mil euros de prejuízos.
“Sei que a senhora ministra está a fazer um trabalho exaustivo no país e está, também, preocupada com o Alto Minho e que levará a Conselho de Ministros estas necessidades. Julgo que, brevemente, serão aprovados financiamentos para os municípios poderem começar a fazer a intervenção necessária”, afirmou Manoel Batista.
O socialista, que é também presidente da Câmara de Melgaço, adiantou que o documento foi enviado, na terça-feira, diretamente para a Ministério da Coesão Territorial, com conhecimento à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), após uma reunião de todos os presidentes de Câmara do Alto Minho, realizada, na segunda-feira, na sede da CIM, em Ponte de Lima.
“É fundamental [que a ajuda chegue rapidamente] porque há municípios, como é o caso de Caminha, com um grau de destruição muito grande, que tem, neste momento, vias cortadas e condicionamentos de trânsito em muitas outras vias e, portanto, tem as populações com situações graves de acesso às suas casas, [impedidas] de fazerem a sua vida quotidiana normal, sem poderem exercer as suas atividades. É necessário que o Governo ajude os municípios, rapidamente, para eles serem capazes de repor normalidade na vida dos seus municípios e das suas populações”, referiu.
Aquele montante “corresponde aos prejuízos nas infraestruturas municipais e, alguns, na atividade económica de cada um dos municípios, não estando incluído o valor dos prejuízos patrimoniais”.
“Esse levantamento será feito com outra metodologia e será recuperado com financiamento ligado ao património e, não, com o financiamento que agora está a ser desenhado para os municípios”, explicou.
“A fatura mais pesada é a das infraestruturas viárias. As estradas das freguesias dos municípios foram muito afetadas. Mas há também infraestruturas hidráulicas. Há necessidade de repor condutas de refazer leitos de ribeiras e rios, intervenções que pesam no valor apontado”, especificou.